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A tragédia em Mariana e o Estresse pós-trauma

No dia 5 de novembro, o Rio Doce ficou amargo, assim como a vida de cerca de 500 mil pessoas que foram, de alguma forma, afetadas pelo que está sendo chamado de maior desastre ambiental da história do Brasil.

Duas barragens foram rompidas, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e zonas adjacentes. Os rejeitos percorreram várias cidades da Região Leste de Minas Gerais até chegarem ao mar do Espírito Santo, onde já contaminaram vários quilômetros do litoral. Até o momento, oficialmente, são doze vítimas fatais e onze desaparecidas.

Chama atenção a perda ambiental decorrente desta tragédia, no entanto, é importante considerar as consequências psicológicas de um acidente desta dimensão. Imagine um tsunami de 62 milhões de metros cúbicos de lama dizimando tudo o que você construiu durante sua vida, ou então, imagine a situação de não ter notícia de parte de sua família após um evento tão repentino e brutal como este.

E o pesadelo ainda não acabou: centenas de milhares de pessoas ainda estão em péssimas condições, dependendo de doações para se sobreviverem (280mil somente em Governador Valadares), e, além de todas as perdas, muitas famílias simplesmente se veem sem perspectiva nenhuma de futuro, pois suas vidas dependem do Rio Doce direta ou indiretamente. É o caso dos habitantes das cidades cujo abastecimento de água é feito através do Rio Doce, ou das famílias que sobreviviam da pesca nesta região.

Em situações como essa é fundamental chamar atenção para o Estresse Pós-traumático, transtorno caracterizado por um grave sofrimento psíquico e incapacitação funcional do indivíduo que passou por um evento traumático. Não podemos voltar no tempo e evitar as perdas, mas podemos trabalhar para que as equipes de assistência às vítimas estejam preparadas para agir no sentido de evitar que o TEPT se desenvolva.

Após sobreviver a um evento traumático, muitos apresentam sintomas típicos de reações ao trauma, como pesadelos constantes e flashbacks (sensação de que o trauma está ocorrendo novamente). No entanto, o TEPT só é diagnosticado um mês após o trauma. Outra reação comum ao trauma se chama Transtorno de Estresse Agudo. Ele ocorre dois dias ou até quatro semanas após um episódio traumático, como o rompimento das barragens em Mariana. Receber ajuda, seja com o apoio familiar, de instituições religiosas, ou com uma terapia, contribui para reverter a evolução do transtorno.

A educação sobre o transtorno e o acompanhamento psicoterápico é extremamente importante para que problemas como o abuso de álcool (comum nestes casos) não se instalem, contribuindo como fatores de risco para o desenvolvimento do TEPT.

Leia mais sobre o TEPT em nosso blog:

O que é o TEPT http://traumaestresse.blogspot.com.br/p/o-que-e-tept.html

Palestra ataques terroristas à França Novembro 2015 https://www.youtube.com/watch?v=cEL1agwEujs&feature=youtu.be

Quais os traumas mais comuns? http://tepteviolenciaurba.wix.com/traumaestresse#!Quais-os-traumas-mais-comuns-E-qual-a-prevalência-do-TEPT/cz2r/5616a2500cf2c6c6436b29ab


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