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TEPT e alterações das funções cognitivas

As alterações das funções cognitivas não integram os critérios diagnósticos do Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT), no entanto diversos estudos relatam alterações de atenção, memória e funções executivas entre aqueles que desenvolvem o transtorno.

Entende-se por funções cognitivas todas as funções que utilizamos ao longo do dia para realizar as mais diversas atividades, como atenção, memória, linguagem, percepção, velocidade de processamento e funções executivas.

Os prejuízos no funcionamento cognitivo são relatados por pacientes com o diagnóstico, e a partir de então tem sido sugerida a avaliação neuropsicológica para maior entendimento dos déficits cognitivos em pacientes com TEPT, já que os estudos até o momento são inconclusivos. Avaliação neuropsicológica é o exame que investiga as mais diversas funções cognitivas (como as mencionadas acima) através de testes neuropsicológicos, possibilitando comparar o desempenho do examinando com o restante da população.

As investigações neuropsicológicas do TEPT iniciaram-se no pós-guerra tendo maior força na década de 80. Apesar de no início o foco maior do prejuízo cognitivo destes pacientes envolver a memória e seus circuitos, em estudos posteriores, no início do século XXI, foi identificada a atenção e as funções executivas como deficitárias também nas pessoas com diagnóstico de TEPT. Alterações estas respaldadas por modificações nas estruturas cerebrais e relato dos pacientes a respeito da funcionalidade antes e após o evento traumático (Kristensen, Parente & Kaszniak, 2006).

Em revisão realizada por Qureshi & Cols. (2011) foram apresentados estudos que compararam as funções cognitivas de pacientes com TEPT e pessoas que sofreram trauma, porém não desenvolveram o transtorno. Foi observado que quanto maior a gravidade do transtorno maior o comprometimento cognitivo. E, como conclusão, os autores apontaram a heterogeneidade deste campo de pesquisa, pois os estudos apresentavam resultados muito diferentes no que se refere ao déficit ou não da função observada. A capacidade de aprendizado, por exemplo, mostrou-se alterada em sete dos 13 estudos que avaliaram esta função, a mesma dificuldade foi observada quanto à função executiva e memória. Sendo assim, são necessários mais estudos na área controlando variáveis como comorbidades, uso de medicação e substâncias psicoativas.

Numa tentativa de maior entendimento das alterações neuropsicológicas deste transtorno e maior uniformidade dos resultados apresentados, o Laboratório Integrado de Pesquisa do Estresse (LINPES- IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro vem desenvolvendo o projeto de pesquisa Avaliação das Funções Cognitivas no Transtorno de Estresse Pós-traumático, que está em fase de conclusão com 20 pacientes e 20 participantes voluntários avaliados.


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