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Quais os traumas mais comuns? E qual a prevalência do TEPT?

  • tepteviolenciaurba
  • 8 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

Para ser diagnosticado como sofrendo de Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT), a pessoa deve ter sido exposta a episódio de ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: Vivenciar diretamente o evento traumático; testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas; saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental; ou ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).

Os eventos mais traumatizantes são: desastres naturais (enchentes, terremotos); acidentes (carro, avião, incêndios, desabamentos de estruturas físicas); desastres causados pelo homem (bombas, torturas, campos de concentração, atentados); estupros; traumas de assaltos; sequestros; combate militar; abuso físico; abuso sexual infantil; diagnóstico de doença grave com risco de vida; deparar-se com cadáveres ou partes de corpos.

A violência tem envolvido grande parte da sociedade mundial, e no Brasil a situação não é diferente, a violência urbana tem feito milhares de vítimas. Por causa dessa situação, boa parte das pessoas que desenvolvem TEPT passaram por alguma situação de violência urbana. No Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB), onde oferecemos tratamento para o TEPT, podemos acompanhar pacientes traumatizadas por diferentes tipos de assaltos, sequestros relâmpagos e abuso sexual, dentre outros.

Cerca de 40 a 70% das pessoas experimentarão ao menos um evento traumático durante a vida, mas isso não significa que todas irão desenvolver TEPT. Estudos epidemiológicos estimam que cerca de 6,8% da população geral irá desenvolver TEPT ao longo da vida, sendo que as mulheres apresentam um risco maior do que os homens

O risco de TEPT relacionado a qualquer trauma é de 13,0% em mulheres e 6,2% em homens. A prevalência de TEPT aumentada no sexo feminino pode ocorrer em função dos tipos de eventos traumáticos aos quais as mulheres são expostas, como, por exemplo, abuso sexual. Pessoas muito jovens ou idosas apresentam riscos maiores para desenvolver TEPT, e o período de maior risco de exposição à violência interpessoal é entre o final da adolescência e o início da vida adulta.

Falar sobre o trauma pode ser uma situação difícil, tanto para o paciente quanto para o clínico, pois, às vezes, os temas podem estar associados a segredo e vergonha, dependendo do tipo de trauma. Muitas vezes o paciente pode ter dificuldades de revelar fatos, tais como ter sido abusado. Esse constrangimento em falar sobre eventos traumáticos ocorre principalmente nas mulheres, pois o trauma sexual é a causa mais comum de TEPT no sexo feminino.

Faz parte do sintoma do TEPT evitar falar em assuntos que lembrem o evento traumático, cabendo ao profissional habilitado, abordá-los com respeito e cuidado. Uma vez abordado o tema, o paciente consegue falar sobre o trauma. Deste modo, pode-se diagnosticar o TEPT e iniciar o tratamento.


 
 
 

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